quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Atrair, converter e reter... A Mídia e a Escola

 

A Mídia e a Escola
 Público alvo – “Crianças”


Dar importância a busca de conhecimento que constituem insaciavelmente o universo infantil é o que nos ajuda a refletir sobre a relevância de uma análise constante de como a escola como meio de comunicação midiática, vem desempenhando o seu papel. 
Neste contexto, o discurso deve apresentar-se como uma forma de construção social da realidade, pois além de demonstrar a relevância de uma análise constante dos produtos midiáticos dirigidos às crianças, elas devem ser o foco de todas as atividades e a mídia tem potencial para construir a realidade de uma forma mais lúdica, mais voltada para o jornalismo cívico e para a formação de conceitos nas crianças. A mídia e o marketing colaboram na construção social da realidade.
Michel Tardy, no livro,  O professor e as imagens (1976, p.26), afirma  que: “a nova geração nasceu num universo invadido pela imagem: esta sempre fez parte de seu horizonte cultural”. Mas paremos para refletir, a mídia atual, dentro do sistema capitalista, é invadida sem a preocupação social e, é colocada como o centro do entretenimento de milhões de pessoas.
A midiatização da cultura acirrou a crise das instituições tradicionalmente produtoras de sentido. A transmissão cultural tem deixado de habitar, preponderantemente, a família e a escola para se assentar na relação que as crianças e os adolescentes estabelecem com as redes midiáticas e telemáticas. A autoridade e o conhecimento de pais e professores são rivalizados e até questionados por essas novas modalidades de ler o mundo.
Na verdade, os vários veículos da mídia se sobrepõem e concorrem juntos para criar ou refletir tendências e reforçar padrões de atitudes e comportamentos. O sistema midiático assume a responsabilidade pela formação de arquétipos identificáveis que, por sua vez, conduzem as ações daqueles que assimilam seu conteúdo quando se volta para o espetáculo e para o entretenimento puro e simples não se atentando para o espaço que poderia vir a ser utilizado para a produção de uma consciência social ativa. 
Será que professor tem transmitido aos leitores mirins (afinal é nesse período que inicia a sua formação) a importância e o papel que cada  pode exercer na construção de uma sociedade mais democrática e na produção de verdades a ponto de incentivar o desenvolvimento de posturas cidadãs? Educar é exclusividade de escolas e professores?
O fato é que o educando passou de mero espectador para protagonista da comunicação na linguagem midiática. A relação educação-comunicação contribui para resignificar o processo de ensino.  O professor deve potencializar uma práxis pedagógica que leve em conta não só o conteúdo programático de sua matéria, mas deve analisar também outras realidades ricas de possibilidades. A aproximação entre a comunicação e a educação é essencial. A escola não pode estar deslocada da realidade e a mídia pode ajudar a fazer esta ponte, e cabe aos professores e à escola prepararem-se para assumir o papel de mediadores críticos do processo de recepção e assim levar aos educandos a ampliarem essa reflexão critica frente aos meios.
No artigo do Prof. Luiz Felippe Perret Serpa (Correio da Bahia, 2000),“O novo professor precisará, no cotidiano, criar condições para a vivência dos contextos por parte dos alunos e propiciar também a convivência entre os sujeitos.”
Basta raciocinar que a aprendizagem significativa é construída e compartilhada pelos sujeitos a partir das ferramentas de comunicação e informação. É preciso saber ler o mundo. E essa leitura passa, sobretudo pelos meios de comunicação, pois as mensagens da mídia provocam alterações no comportamento, influenciam nas tomadas de decisões e revelam os próprios limites do discurso pedagógico, pois a mídia faz parte do universo humano, e em particular dos mais jovens. Assim, podemos afirmar que as crianças e adolescentes não aprendem somente com o que lhes é passado em sala de aula.
Portanto, já que os meios de comunicação e as suas informações produzem impacto na sociedade, a prática educativa não pode ser excluída dessa questão. É entrecruzar e compreender a sociedade contemporânea e as novas formas de produção de conhecimento, numa dimensão estruturante.
Mas, Tornar a informação disponível, portanto, não é suficiente para que se caracterize a sociedade da aprendizagem, pois “o mais importante é o desencadeamento de um vasto e continuado processo de aprendizagem” (Assmann, 2000, p.9), que depende de um pensamento reflexivo e ético, resultado da mudança na consciência humana que o conhecimento gerado pela informação é capaz de promover.
O mesmo vale para conseguir acesso à internet. Parceria e apoio são as palavras-chave. Como diz o professor Nelson de Luca Pretto, professor associado III da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, pesquisador do CNPq: "Mais importante do que a internet estar na escola é a escola estar na internet. Afinal, a informática muda a forma de nos relacionarmos com as coisas da vida."
Por isso, a idéia é apresentar a escola como uma Instituição Educativa, Social e Política sempre em transformação na sociedade de movimento em que vivemos, usando a comunicação como ferramenta para dinamização do processo de ensino-aprendizagem.
Contudo, é preciso propiciar aos alunos e instituições a mediação dos processos comunicacionais que acontecem diariamente com o advento cada vez maior das novas tecnologias e das produções midiáticas.
Vale lembrar que o diferencial nesse processo é tratar a educação nas suas relações dialéticas com a realidade. A aprendizagem jamais pode estar dissociada do universo.
Nós devemos, eu creio, reconhecer o impacto das tecnologias da comunicação e informação na sala de aula (televisão, vídeo, games, computador, Internet, CDROM, etc.). O professor e o livro didático hoje não são as únicas fontes de conhecimento, as tecnologias da informação estão cada vez mais presentes na educação e na vida cotidiana.
De acordo com SAMPAIO, M. (1999, p. 75), “...uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo." ou seja, para atender o processo educativo e as exigências educacionais atuais, o professor deve passar por uma mudança de postura, buscar sempre estar atualizado, pois processo de aprendizagem ativo precisa contar com a capacidade e a mediação do professor para que os alunos passem  a construir seu próprio saber e sejam protagonistas do seu próprio conhecimento.

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