quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Modulo 4


“Toda pedagogia é política e toda política é pedagógica”

   O slogan educacional, oriundo das teorias de Paulo Freire, em função da abrangência de sua formulação, tanto pode nos alertar para certas características políticas inegavelmente importantes do processo educacional, como ensejar e pretensamente justificar até atitudes equivocadas.
   Uma das possíveis interpretações para essa afirmação relaciona-se às escolhas de políticas públicas voltadas para gestão de sistemas de ensino e para as diretrizes da ação educativa.
   Sob este enfoque, a educação de alunos com deficiência que, tradicionalmente se pautava num modelo de atendimento segregado de Educação Especial passou a ser severamente questionado. A busca por alternativas pedagógicas para inserção de todos os alunos, mesmo os portadores de deficiências severas, preferencialmente no sistema regular de ensino (como recomendado no artigo 208 da Constituição Federal de 1988) foi assim instituída, no âmbito das políticas educacionais.
   Mas, analisando a linguagem política referente aos alunos com deficiência, à inclusão e à interação escolar, no conjunto de instrumentos legais e normativos da educação brasileira, destacando conteúdos do Plano Nacional de Educação e das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, aponta algumas das dificuldades para compreensão da identidade dos alunos referidos como tendo necessidades educacionais especiais. A complexidade que envolve a questão da identidade pessoal, a identidade social e mesmo das identidades nacionais, em outras palavras, deve-se às situações de inclusão e exclusão ou marginalização do ser humano enquanto ser que pensa e age.      
   A melhor resposta para o aluno com deficiência e para todos os demais alunos é uma educação que respeite as características de cada estudante, que ofereça alternativas pedagógicas que atendam às necessidades educacionais de cada um.
   A educação inclusiva é uma questão de direitos humanos e implica a definição de políticas públicas, traduzidas nas ações institucionalmente planejadas, implementadas e avaliadas. A concepção que orienta as principais opiniões acerca da educação inclusiva é de que a escola é um dos espaços de ação e de transformação, que conjuga a idéia de políticas educacionais e políticas sociais amplas que garantam os direitos da população. A promoção da educação inclusiva, fundamentada no princípio da universalização do acesso a educação e na atenção à diversidade, requer uma filosofia de educação de qualidade para todos. Na busca deste pressuposto é essencial o desenvolvimento de uma pedagogia centrada no aluno, a ampliação da participação da família e da comunidade nos espaços educacionais, a organização das escolas para participação e aprendizagem de todos e a formação de rede de apoio à inclusão.
   Assim, a implantação de propostas com vistas à construção de uma educação inclusiva requer mudanças nos processos de gestão, na formação de professores, nas metodologias educacionais, com ações compartilhadas e práticas colaborativas que respondam às necessidades de todos os alunos. Uma escola que ofereça tudo isso num ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos possam conviver e aprender com as diferenças.

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